Origem:
Juruti é um topônimo de origem Tupi que significa “colo firme” em alusão ao aspecto das aves Leptotila (a qual fica com o pescoço teso no momento de seu canto), espécie era encontrada em grande quantidade no período da formação do município.
História:
A região onde se encontra o município de Juruti historicamente em períodos distintos teve seus territórios habitados pelas etnias Pocós e Kondurís os quais eram povos nativos de todo o Baixo Amazonas (oeste do Pará). De acordo com registros do naturalista Domingos Soares Ferreira Pena, no local onde se estabeleceu a Missão Jesuíta de Nossa Senhora da Saúde fora uma aldeia dos índios Mundurucus,[9] localizada sobre as praias brancas do Lago Juruti.
Inicialmente os índios foram catequizados por missionários Capuchinhos e assim fundaram o que seria o atual município de Juruti em 1818, que esteve sujeito à direção de um missionário com poderes paroquiais O “missionário com poderes paroquiais” dispunha de poderes administrativos equivalentes ao atual cargo de “Presidente da Câmara de Vereadores”, o padre Antonio Manuel Sanches de Brito. Possuía uma pequena igreja que havia sido construída pelos indígenas da região que em tudo dependia do auxilio da fazenda pública do Pará.
Cultura:
Festival das Tribos Indígenas de Juruti ou Festribal é festa cultural realizada sempre no último fim de semana do mês de julho ou início de agosto na cidade de Juruti, oeste do Pará. Resgata em forma de espetáculo a cultura indígena nativa da cidade. Uma das maiores manifestações culturais da Amazônia. O palco das apresentações é o Tribódromo, arena onde as tribos se apresentam. No tribódromo as tribos Muirapinima (vermelho e azul) e Munduruku (vermelho e amarelo) se enfrentam pela conquista de mais um título. A festa retrata a cultura indígena em forma de música, artes cênicas, alegorias e danças. O modo de vida do caboclo, os rituais indígenas, o pescador e o farinheiro são algumas das inspirações do festival.O Festribal nasceu como uma ramificação do Festival Folclórico de Juruti. O festival folclórico apresentava cordões de pássaros, quadrilhas, bumba-meu-boi e carimbó. Em 1993, surge uma dança com coreografia indígena de nome “Tribo Munduruku”. Como não havia essa categoria no festival, no ano seguinte foi criado um outro grupo intitulado “Tribo Muirapinima” para concorrer com os Mundurukus. A primeira disputa entre as duas tribos ocorreu em 1995.
Tribo Munduruku ?Foi fundada em 1993 e suas cores são vermelho e amarelo. É a tribo que surge de uma dança com coreografia indígena.
‘Tribo Muirapinima ?Foi fundada em 1994 e suas cores são vermelho e azul. A tribo surgiu da Dança do Fogo (grupo de coreografia indígena do Colégio Américo Lima).
Rivalidade Histórica
O nascimento de um curumim com traços diferentes (mais claro e cabelo avermelhado) na aldeia Munduruku não foi bem aceito. A família do curumim se rebelou contra o cacique Munduruku e junto com mais alguns índios se refugiou às margens do Lago do Juruti-Velho, onde havia um bosque de Muirapinimas, árvore cuja madeira de lei era utilizada para a fabricação de móveis no período colonial. Em homenagem à árvore, a Tribo dissidente se auto-denominou Muirapinima e passou a ser inimiga da sua antiga Tribo Mundurukus. Que agora fazem apresentações para competições
Outra manifestação cultural é o Festival de Músicas Sacras (FEMUSA), da Igreja Adventista da Promessa, que valoriza o compositor local e interprete. É tradição do Distrito Castanhal, realizado anualmente no segundo semestre. O evento tem a finalidade de glorificar ao senhor Jesus, aprimorar e desenvolver a cultura musical, incentivar e descobrir novos talentos da música gospel, promovendo intercâmbio artístico-cultural. Foi instituído através da Lei nº 1.045/12, de 13 de dezembro de 2012.
Em Juruti a música gospel ganhou caráter de manifestação cultural. O Encontro religioso denominado LOUVOR GOSPEL é realizado e organizado pela Igreja Evangélica Assembleia de Deus, ligada a COMIEADEPA. O Evento foi instituído através da Lei nº 1.036/12, de 27 de setembro de 2012.
O LOUVOR GOSPEL é realizado anualmente no segundo semestre, cujo propósito, colocado por Deus no coração do assembleiano, é a descoberta de novos talentos na música gospel e, sobretudo, abençoar a cidade de Juruti.
Em 2020, foi instituído no calendário oficial de eventos culturais do município a celebração religiosa denominada Nossa Senhora de Fátima do Distrito Castanhal. O evento será realizado no dia 13 de maio, em cerimônia pública voltada para parcela católica da população com livre acesso à toda a comunidade. Foi instituída através da Lei nº 1.172/20, de 23 de junho de 2020
No município também é comemorado o Dia do Evangelho e da Marcha para Jesus, celebrado anualmente, no primeiro sábado subsequente aos 60 (sessenta) dias após o Domingo da Páscoa. É festejado em evento público voltado para a parcela evangélica da população, com livre acesso à toda comunidade. Foi estabelecido através da Lei nº 1.037/12, de 02 de outubro de 2012.
Divisão Politica:
Com a proclamação da República, o governo provisório do estado dissolveu câmara municipal, criando em seguida um conselho de intendência municipal, para o qual nomeou como presidente Dário Rodrigues de Souza; e vogais Joaquim Felipe Batista Gonzaga, Joaquim José de Souza, José Bento Lobo, José Pereira da Costa, Sesino Tavares e José Edmundo Jeffrey. Foi um período de conturbada crise política, em função da transição entre o período monárquico e o republicano.
A lei estadual de nº 687 de 23 de março de 1900 deu melhoras ao distrito de Juruti-Velho, dando-lhe a denominação de vila Muirapinima.
Em consequências de dissecções políticas no município, conjuntamente com os de Quatipuru e Oriximiná, foi extinto o município de Juruti, pela lei de nº 729 de 3 de abril de 1900, anexando o respectivo território aos municípios de Faro e Óbidos, permanecendo extinto por 13 anos.
Pela Lei Municipal nº 941, de 31 de outubro de 2006 o município está dividido administrativamente em quatro distritos: Sede, sendo a própria cidade Juruti; Tabatinga, com sede na vila de Tabatinga; Castanhal, com o sede na vila Castanhal, e; Juruti-Velho sendo sua sede a vila de Muirapinima.
Em 2011 a região oeste do Pará, lutou pela sua emancipação política e administrativa, com o objetivo de criar o estado do Tapajós.[10] No plebiscito sobre a divisão do estado do Pará, a população local votou maciçamente pela divisão, tendo mais de 90% de aprovação. Entretanto o peso demográfico da Região Metropolitana de Belém se sobrepôs ao anseio local, e a divisão para criação do Tapajós foi rejeitada.
Curiosidades:
Nas décadas de 1980 e 1990 ocorreu o fenômeno das terras caídas no município de Juruti. Esse fenômeno fez grandes mudanças na cidade, principalmente no que diz respeito à questão econômica e infraestrutura.
Em meados dos anos de 2004 e 2005 instala-se no município de Juruti um projeto de mineração, chamado de “Projeto Juruti”, que explora minério de bauxita.